A morte
Todos sabemos que nascemos, vivemos, morremos e que ninguém sabe de onde viemos e muito menos para onde vamos, mas há um porém, existir não é a mesma coisa que viver, os que simplesmente existem sofrem mais com a idéia da morte do que os que vivem a vida com um ideal. Os que existem, vivem no mundinho deles preocupados apenas com o que é melhor para si. Já os que vivem têm um projeto de vida, não importa o tamanho da obra, mas acreditam que em se construindo algo positivo para a humanidade, como até mesmo uma simples família, solidificada no amor, liberta a alma para o elixir da vida. Os filhos são para os pais uma espécie de mensagem viva para um futuro que não viverão, por isso o amor legado a eles é o pão da vida por um pedacinho do céu.
A morte não é a velhice, pelo contrário, é um estado mental de potência para atravessarmos a vida com coragem, para encará-la. Na verdade quando estamos com medo, não adianta sofrermos aterrorizados antecipadamente. Nosso maior defeito ou erro ou pecado, é não cuidarmos da morte pessoalmente, é entregamos ela para uma poderosa industria que não vê crises, as funerárias. Quando somos provocados, a ignoramos e tomamos nossa rotina rapidamente como fuga. É um erro viver enganando-a numa harmonia fabricada além do suportável, além do definitivo, mentindo para nós mesmos a existência silenciosa dela.
São poucas as pessoas que têm intimidade com cemitérios, mas sim com a natureza, daí porque está crescendo o interesse pela cremação, que aliás é mais higiênico, para terem suas cinzas jogadas na natureza, como rios, mar, montanhas, etc.
A dor da perda é a visita da morte à vida, e sem dor não há vida, porque nos apegamos demais com tudo que possuímos, ou seja, pensamos que possuímos, na verdade nos foi emprestado, inclusive a carne, e como tal, um dia teremos que devolver ao universo. A morte é uma profunda dor que todos se perguntam: Mas como pode? Então deixe que essa dor grite, deixe essa dor explodir, porque é a saudade que está doendo. Não devemos sofrer demais com ela, apenas viver a vida em paz, serenamente e acreditar que a transcendência é um encontro com Deus na luz de seus ensinamentos. Se enfrenta a morte dando gargalhadas, como no dia em que nascemos, para que ela não seja a última palavra da nossa vida.
Quando meu dia chegar quero um epitáfio assim: "Aqui começo tudo de novo" ou, se for cremado: "Na ditadura do céu, ouço sussurros das estrelas por mim".
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