Sabe quando você quer escrever uma coisa, e não sabe o que é?
Então você começa. E escreve, escreve.
E aí você pensa que é algo ameno, mas não é. E pensa que é algo romântico, mas não é. E pensa que é algo engajado, mas não é. E pensa que é algo poético, mas não é. E também não é algo bem humorado, nem triste. Não é uma historieta erótica ou de suspense. Não é uma lembrança, não é a continuação de algo que você já tenha escrito, não é uma notícia. E não é nada. Mas é tudo ao mesmo tempo. E fica lá, coçando dentro de você, querendo sair. Mas não sai.
E então você pensa que é efeito da semana complicada e intensa que você teve. Algumas semanas não são apenas um conjunto de dias para se viver, um depois do outro, cumprindo a rotina de cada hora como se fosse um roteiro decorado - comer, dormir, conversar, trabalhar, andar, tomar banho, escovar os dentes. Algumas semanas são verdadeiros furacões que passam pra tirar tudo do lugar, arrastando algumas coisas pra longe e trazendo outras tantas. Mas sem deixar nada como estava.
Então você pensa que é interessante como as coisas se dão, tão rápidas em alguns momentos e tão lentas em outros… Mas o ritmo da vida não somos nós que decidimos. Apenas decidimos como e se dançamos com ele. E até pensa em escrever sobre isso. Mas não consegue também.
E aí você vê que a semana, que teve tanta coisa diferente, é tão indefinida quanto o que você sente. Ainda é cedo pra saber o que é bom ou o que é ruim. Mas foram muitos inícios, muitos términos, muitos encontros agradáveis e desagradáveis, muitas emoções diferentes e polarizadas. E então você se toca que não vai dar pra escrever sobre nada mesmo, a não ser sobre essa sensação esquisita de indefinição que ficou.
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