Já li tanta coisa sobre saudade... mas apenas se compreende o que é esse sentimento avassalador no dia em que as metáforas passam a ser as melhores explicações que se conhece. Coisas do tipo "uma mão gigante espremendo o coração". A saudade é algo que vem quando não se espera... entra no quarto de madrugada com a brisa da primavera. Acompanha a insônia nas madrugadas inférteis. Está nas entrelinhas de todas as músicas. A gente abre a gaveta e lá está ela... saudade, pronta pra nos dar um abraço de urso. Há todo tipo de saudade: dos amigos que esquecemos na metade do caminho... de namorados que deixamos para trás... de casas que moramos, de momentos que compartilhamos, de almas que visitamos. Saudade que pode ser resgatada. Mas há aquela que castiga, que maltrata e ao mesmo tempo põe um sorriso na nossa alma...simplesmente por nos trazer uma lembrança boa. Saudade de quem não atende mais o telefone, de quem não se pode abraçar, de quem nos é negado um beijo de " boas-vindas de novo a nossa vida". Companhia que se enlaça na cintura, que se arrasta pelas ruas atrás de nós... saudade que não termina exatamente por não ter remédio... será sempre saudade cicratizada na memória. Lembrança tatuada no coração... não se apaga mais! Apesar dos esforços... apesar de tatuarmos outro desenho sobre ela, é ela que está marcada na pele... os olhos vêem uma coisa, o coração sabe de outra. Pensar neles me deixa triste... me dá vontade de voltar no tempo... pra resgatar o tempo que deixei ir. Sempre disse para minha avó que eu a amava... ela seguiu viagem sabendo disso! Para o Michel nunca disse nada, ele conhecia minha alma. Mas sinto saudade deles... do carinho dela, dos conselhos dele... do amor cuidadoso de vó... dos olhos que me viam maravilhosamente bela. Talvez minha saudade seja um pouco egoísta... Talvez seja a resposta para minha covardia... Talvez seja uma válvula de escape para meus sentimentos... Ou talvez seja a única prova que eu tenha de que, de fato, o amor é infinito...
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