Quando a gente deixa de ser amado sente um vazio dentro do peito... uma tristeza gigante apertando o coração, espremendo as últimas gotas do suco do amor. É como ver descolando da parede os retratos preferidos sem poder fazer nada para pregá-los de volta! Quem deixa de amar não entende a complexidade do problema. Acha que um "não te quero mais" basta para o amor desaparecer do outro. Assim, num passe de mágica! "Não te quero mais" vira "Abracadabra"! Pronto. É o adeus do amor! Como quem bate a porta, ele vai embora. Não olha para trás... Virou a página. Fechou um livro. Guardou o álbum de fotos. Apagou o número do celular, descartou os beijos... Rompeu os laços, os abraços! Pra quem fica, fica a dor finita da despedida que não queria acontecer. Fica o rastro do que poderia ter sido. Fica a paixão interrompida. A saudade de quem não se sabe mais! Fica o último beijo não valorizado. Fica o último abraço não aproveitado. Fica o cheiro na roupa de cama... Ficam os vestígios da felicidade momentânea de amar. Não adianta chorar, se sabe... mas o coração não entende de razão. Não entende que é hora de seguir sozinho. Foi-lhe arrancada sua outra metade. E partir-se ao meio dói. A alma chora... sente falta de quem não a quer mais. Também não entende os motivos, os erros e os acertos. Entende que a estrada é longa para um andarilho solitário. Ouviu dizer que, metaforicamente, somos anjos de uma asa só, voamos quando encontramos nosso par. Quebraram sua asa. Não pode mais voar. Rasteja desiludida atrás das pegadas do amor.
Mas quem não ama não deixa pegadas... simplesmente, se vai! Não se decide deixar de amar... o amor não manda recados, não anuncia seu próximo passo. Apenas age! Chega, faz festa dentro de nós... Colore nosso dia, exala seu perfume, se instala no olhar... Habita a alma e decora o coração. E assim, um dia... resolve fazer as malas. Vai embora. Já o amor de quem fica tem de ser despejado. Não pagou o aluguel. Mas como é um mau inquilino... não vai embora quando a gente quer. Ele fica. Desafia! Faz dívidas... Vira persona não grata, mas não se importa! Quanto mais brigamos com ele, mais ele quer ficar. É a lembrança que não quer apagar, é o cheiro que vira mofo e não quer sair. Ele é a saudade que agride o coração. Ele dói, ele incha, ele inflama, ele adoece... Vira câncer. Ele não morre quando a gente quer. Mesmo se tomar remédio... A única coisa que cura o amor é o amor. Um dia, o coração entende que a falta desse amor é suprida com o próprio amor... Se o amor foi embora, o amor-próprio deve tomar o seu lugar para que outro amor possa chegar e arrebatar nossa alma!
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