quarta-feira, 3 de setembro de 2008

passaporte para a liberdade

Então, é hora de olhar para trás. E quando eu olho para trás é porque o que eu vejo à frente não é o que sonhei. Tento entender onde foi parar você, o candidato à vaga que há 23 anos eu deixo vazia esperando alguém para preencher. E aí me perguntam por que não preenchê-la com outro alguém? É que quando a gente é feliz sem motivo ao lado de alguém os outros perdem a cor. E o preto-e-branco não me atrai. Podem beijar bem e me fazer perder o fôlego, mas e daí, se é por você que eu quero respirar? Podem até dizer "eu te amo", mas de que me servem as palavras certas quando ditas pela pessoa errada?

passaporte para a liberdade

Você sempre me diz que tudo depende unicamente de mim, que a decisão me pertence, que porém, eu nunca sou capaz de abandonar os planos e agir de qualquer forma, simplesmente arriscar, escolher por você ou por mim.
E eu já não consigo fugir de toda a minha realidade, onde os meus planos funcionam como uma válvula de escape, algo como o intervalo entre meu medo e as consequências de minhas atitudes.
Nem ao menos sei se um amor cabe nos meus sonhos,você sempre me diz pra eu por os pés no chão, o caso não seria de você se deixar levar pelas emoções?
Você tem corpo de homem, cabeça de menino, não exatamente menino sonhador, mas menino infantil, sem nenhum plano,que vai aonde o destino soprar, a favor do vento.
Nada em você se encaixa em mim, não existe uma mínima combinação entre sua ausência de sonhos, e o meu mundo rodeado deles. Algo que só existe para me provar que o meu passaporte para a liberdade se localiza onde você não exista.

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