domingo, 11 de abril de 2010

O que dói não é ter que reinventar o futuro ou desistir do passado. Dói é ter que arrancar cada plano de dentro de nós. Dói ter que mudar o nome dos sonhos. Dói ser obrigado a assistir o tempo passar porque não nos resta mais nada a fazer. E embora achemos que esse amor esteja conosco desde sempre, não nascemos amando. E por mais que nunca amemos igual em nossas vidas, a dor de hoje vai se transformar em saudades. Mas não naquelas saudades que cortam e sangram, mas em uma saudade branca e boa de sentir. A saudade dos sonhos irrealizados, não porque as coisas deram errado, mas porque a vida tomou outro rumo. Então, caso esse amor não seja soterrado por um ainda maior (porque algumas paixões ressoam sempre dentro da gente e isso não nos impede de amar outra vez) vamos nos lembrar dele como um capítulo inesquecível de nossas vidas. Talvez o mais brilhante deles. E vamos colocá-lo na mesma prateleira dos nossos desejos de infância e dos nossos sonhos que ficaram para a outra vida. Porque não é vergonha nenhuma deixar algumas pontas soltas. Vergonha é desistir de atá-las algum dia.

Nenhum comentário: